247 - A Fifa, comandada por Joseph Blatter, tem uma
carta na manga, caso o Brasil se mostre incapaz de garantir padrões
mínimos de segurança para as seleções internacionais e seus torcedores. A
Inglaterra, que tentou ser sede da Copa de 2018, e perdeu a disputa
para a Rússia, se ofereceu como "plano B" para o Mundial de 2014. A
proposta foi feita a Blatter, que, dias atrás, antes de sair
prematuramente do Brasil, antes do fim da Copa das Confederações,
lembrou que não foi a Fifa quem pediu ao Brasil para realizar a Copa –
mas exatamente o contrário.
As imagens de violência e depredação de espaços públicos que se
espalham pelo mundo, com ataques a prefeituras, ao Congresso, ao
Itamaraty e cerco até ao Palácio do Planalto, correm o mundo,
sinalizando um poder acuado e incapaz de responder aos desafios do
momento – numa primeira reação, a presidente Dilma Rousseff convocou,
para as 9h desta sexta-feira, uma reunião de emergência com o ministro
da Justiça, José Eduardo Cardozo.
A proposta da Inglaterra, que é tratada confidencialmente, pode
ganhar força se novas cenas de violência comprometerem o sucesso da Copa
das Confederações. Até agora, já houve vários incidentes, como a
tentativa de cerco ao Castelão, em Fortaleza, onde o Brasil enfrentou o
México, os furtos à seleção espanhola, no hotel do Recife, e a
depredação de um ônibus da seleção brasileira, em Salvador, ontem à
noite. A situação é tão grave que a Fifa já ameaçou suspender a etapa
final da Copa das Confederações.
Perder a Copa, no entanto, depois de gastos de R$ 30 bilhões gastos
na construção das arenas e em outros investimentos para o torneio, teria
impacto devastador no mundo político. Seria uma demonstração de
fracasso coletivo do Brasil como nação. Mais grave ainda seria a
transferência para a Inglaterra, cuja imprensa tem feito campanha
sistemática contra a condução da política econômica no País.
O risco é real. E cabe à presidente Dilma evitar que se materialize.
fonte: brasil247.com
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