No dia vinte e três de outubro de mil novecentos e seis, a humanidade pôde, finalmente, alcançar o milenar sonho de voar como os pássaros.
Às dezesseis horas e quarenta e cinco minutos daquele dia, no campo de bagatelle, pela primeira vez o homem, a bordo de um aparelho mais-pesado–que-o-ar, decolou, voou e pousou em segurança.
O grande feito, acompanhado por vasta multidão, pela imprensa, por cinegrafistas, fotógrafos e pela comissão fiscalizadora, ganhou rapidamente os noticiários de todo o mundo. Todos exaltaram a epopéia do 14-bis e de seu extraordinário piloto e inventor, o brasileiro alberto santos-dumont.
Nosso insigne herói foi o primeiro a voar um avião que, utilizando-se unicamente de seus próprios meios, cumpriu todos os requisitos necessários para ter seu vôo homologado pelo órgão oficial de aviação à época – o aeroclube da frança. Foi também sancionado formalmente pela federação aeronáutica internacional.
Não havia como negar a magnitude da obra e a glorificação de santos-dumont. Ele foi o genial inventor, o inteligente construtor, o intrépido piloto e o entusiasmado desportista, que utilizava as competições não para derrotar concorrentes, mas para superar limites, suplantar obstáculos e desafiar a própria imaginação, na certeza de que a postura determinada e a perseverança possibilitaram transformar um mero idealista em um dinâmico realizador.
Seus inventos tornaram-se patrimônio universal, porque sempre refutou a prática de patentear criações e auferir lucro com elas. Acreditava que os frutos da sua genialidade eram provenientes de um dom maior e, portanto, propriedade de todos.
Seu nome e sua imagem estão estampados pelos lugares do mundo, em livros, monumentos, moedas, museus, aeroportos, escolas, praças, ruas, cidades e até em corpos celestiais que orbitam no universo.
Por seu valor e representatividade, o dia vinte e três de outubro foi escolhido como o dia do aviador para homenagear aqueles que, movidos pelo mesmo ímpeto do inventor do avião, aprenderam a dominar a arte de voar e souberam transformá-la em um ofício que aproxima pessoas e distâncias, transporta recursos e esperança, conduz progresso e leva integração, promove a paz e a segurança, além de alimentar a eterna aspiração de liberdade dos homens.
Como o vôo não está somente limitado à perícia e ao arrojo, havendo um complexo envolvido em prol da atividade, este é também o dia da força aérea brasileira, como o reconhecimento aos que são responsáveis pelo fazer voar.
Retratar santos-dumont, resgatando sua vida e seu legado, não é mero ufanismo, é render o justo tributo a quem tanto se dedicou em benefício da humanidade.
Que o contato com o gênio de caráter virtuoso, de inteligência incomum, de dedicação exemplar e de notável espírito altruísta possa refletir o orgulho de ser brasileiro, confessando ao mundo que nossa força vem da nossa gente.
Que os ideais de alberto santos-dumont continuem a ser os balizadores da força aérea brasileira no cumprimento de sua missão.
Fonte: www.terra-brasilis.org
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