Diante da baixa adesão ao ‘telefone popular’ – o serviço de telefonia fixa com preços mais baixos voltado aos brasileiros inscritos no cadastro único dos programas sociais – a Anatel avisou às operadoras que espera campanhas publicitárias tão boas quanto para os demais produtos oferecidos aos usuários.
“O que estamos propondo nesse momento é uma campanha de mídia, de rádio e TV, mas nos moldes que as operadoras fazem as propagandas delas. Ou seja, propaganda no horário nobre, com artistas de apelo popular, nos moldes como fazem quando querem vender. E isso vamos cobrar”, diz o superintendente de Planejamento e Regulamentação da agência, José Alexandre Bicalho.
O tema foi tratado na reunião desta sexta-feira, 30/8, do Conselho Consultivo da Anatel uma vez que os conselheiros questionaram sobre o aparente insucesso do chamado AICE – Acesso Individual Classe Especial, que é o nome de batismo do telefone fixo para pessoas de baixa renda.
A principal característica desse ‘telefone popular’ é ter uma assinatura básica de R$ 13,31. Reformulado pela Anatel – a primeira versão foi malsucedida –começou a ser oferecido em junho de 2012 às famílias inscritas no cadastro único com renda mensal de até um salário mínimo. Em junho último, ampliou-se para aquelas com renda de até dois salários e, este mês, para três salários.
Até aqui, no entanto, o serviço reúne menos de 100 mil assinantes – número que inclui parte dos 176 mil usuários da primeira versão do AICE, mais cara, que optaram por migrar. A julgar pelas projeções da Anatel, os clientes novos não chegam a 60 mil – em um universo de 22 milhões de famílias.
Segundo Bicalho, o fraco resultado seria resultado de uma de duas opções: “ou o AICE não vende porque não está sendo divulgado, ou não vende porque é um produto ruim”. Daí, defendeu, que o primeiro passo é melhorar a propaganda. “Se a gente não fizer a campanha, a Anatel vai ter que assumir que o produto é ruim e o caminho da agência será melhorá-lo, torná-lo mais atrativo.
Esse “atrativo”, nessa visão, seria menos desejado pelas operadoras, pois poderia incluir características que existem em outros serviços, como a gratuidade de chamadas feitas intrarrede – ou seja, para números da mesma prestadora – ou mesmo a isenção da taxa de instalação, sugeriu o superintendente.
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